Na primeira metade do século 20, a Maçã Gaúcha mal se apresentava em árvores dispersas em fundo de quintal dos imigrantes italianos instalados na Encosta da Serra, tendo como atividade principal e comercial a uva. Na década de 50 e 60 nascia um pólo pioneiro no município de Veranópolis e logo se expandindo para outros municípios da Serra Gaúcha. Em 13 de junho de 1977 surge a AFRUNOR – Associação dos Fruticultores do Nordeste, em Caxias do Sul, com o objetivo de organizar e defender os interesses dos produtores e da nova cultura até então presente na Serra. A crise do petróleo, que se agravou na década de 70, levou o Governo Brasileiro a uma política de incentivos fiscais e creditícios para aumentar a produção brasileira de itens de peso na pauta de importações. A maçã logo foi contemplada por representar um volume de 200.000 toneladas e um dispêndio de divisas de 100 milhões de dólares por ano. Os pioneiros cultivaram a maçã nas encostas da serra em locais de difícil operacionalização e expansão. O novo rumo apontava para a região dos Campos de Cima da Serra, com topografia, altitude e clima adequado para a implantação de pomares olhando para a nova perspectiva. Assim nasce o pólo de Vacaria, onde já estavam presentes pequenos produtores plantando maçã. Com os incentivos, empresários que investiam parte de seu imposto de renda no Nordeste Brasileiro, passaram a aplicar recursos no Rio Grande do Sul, bem perto de seus negócios. O Governo oferece uma alavancagem muito importante para a implantação e rápido desenvolvimento da nova cultura. Cresce o pólo de Vacaria e em 29/11/1979, a AFRUNOR foi transformada em AGAPOMI – Associação Gaúcha de Produtores de Maçã. O braço tecnológico da AGAPOMI foi a FUNAMA – Fundação Nacional da Maçã, fundada em 20/03/1990, extinta em 2001.A Associação ganha força na medida do crescimento deste importante segmento da fruticultura de clima temperado, atuando na defesa dos interesses políticos e técnicos, incentivando e mostrando aos produtores que, vencida a primeira etapa há que se modernizar a cultura em qualidade e produtividade para enfrentar a abertura dos mercados. Terminando o ciclo extrativista da araucária, a pecuária não consegue suportar economicamente o crescimento da população. A cultura de fruteiras de clima temperado surge como alternativa, se instala um novo ciclo econômico que gera empregos na proporção de 80 para um se comparando com a pecuária extensiva para a mesma área ocupada.
A história evolutiva da maçã em nossa região se confunde com a própria história da AGAPOMI, pois ambas encontraram grandes dificuldades nesta caminhada, apoiaram-se e conseguiram superar, sendo hoje a cadeia da maçã e a própria AGAPOMI espelhos de sucesso e pioneirismo em tecnologia, organização e competitividade. A Associação Gaúcha de Produtores de Maçã, com a sigla “AGAPOMI”, é uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, com sede e foro na cidade de Vacaria, Estado do Rio Grande do Sul (RS). Tem por objetivos: a) Congregar os associados e as pessoas e entidades que por suas atividades estejam direta e indiretamente ligadas à produção e à comercialização de maçãs e demais frutas de clima temperado; b) Fomentar e incentivar por todos os meios a divulgação e desenvolvimento da Associação no ramo da fruticultura; c) Representar e defender os interesses dos associados, junto a entidades civis ou públicas, no que se refere à fruticultura de clima temperado, especialmente maçã, pêra, ameixa e pêssego; d) Promover e incentivar de todas as formas o aumento da produtividade, aprimoramento técnico e melhor comercialização dos produtos da fruticultura de clima temperado, para isto, agir em colaboração com outras entidades ou poderes públicos; e) Promover assessoria quer no ramo técnico, quer no comercial, para o melhor rendimento, racionalização e estrutura da fruticultura de clima temperado; Foram demandadas ao longo do tempo diversas solicitações do segmento que a AGAPOMI buscou solucionar, através do seu corpo diretivo ou parcerias com órgãos de pesquisa. Segue abaixo algumas demandas importantes que a AGAPOMI agregou ao segmento: – Articulação para a construção do asfalto na BR 285 de Vacaria a Bom Jesus; – Convênio com órgãos de pesquisa para gerar informações no controle de Sarna (Venturia inaequalis) e Bonagota, problemas críticos em diferentes períodos; – Liminares ao longo do tempo para o pleno funcionamento do posto fiscal, na divisa com Santa Catarina, permitindo a saída da maçã do estado; – Grande investimento na Produção Integrada da Maçã permitindo o acesso de todos os produtores de maçã neste sistema mudando de forma positiva o perfil de produção do segmento; – Geração de informações estatísticas do segmento, indispensáveis para a organização e representação junto a órgãos municipais, estaduais e federais; – Execução juntamente com outras entidades do Programa de Erradicação da Cydia pomonella no Rio Grande do Sul, através do monitoramento e erradicação de hospedeiros em Vacaria, Bom Jesus e Caxias do Sul; – Disponibilização aos produtores da LEC (Linha especial de crédito) junto ao BANRISUL; – Participação da AGAPOMI nos diversos conselhos municipais, colaborando no crescimento da nossa cidade. Acreditamos realmente que a AGAPOMI está cumprindo os seus objetivos como entidade e dando um respaldo positivo aos seus associados. Para alcançarmos resultados dentro de uma Associação precisamos de líderes empreendedores que consigam conciliar associativismo, desenvolvimento, lucro para seus associados e visão estratégica a médio e longo prazo do agronegócio. O caminho da maçã é longo e promissor.