02 set

LEANDRO BORTOLUZ: ENTUSIASTA DA FRUTICULTURA BRASILEIRA

A história do Leandro na fruticultura começa na sua infância. Aproximadamente, quando tinha 8 anos ele acompanhava seus tios, Edgar e Florêncio, produtores de maçã. Desde a primeira vez que foi com os tios para o campo, nunca mais parou. E, assim foi durante a sua adolescência onde sempre que podia ajudava os tios fosse nos finais de semana, nas férias ou feriados.

Leandro prestou vestibular para medicina, mas sua trajetória com a fruticultura já estava traçada há muito tempo. Ele se inscreveu para agronomia na UFSM e passou na turma do primeiro semestre de 1990. Durante sua graduação, foi bolsista do CNPQ e CAPES, trabalhando juntamente com os professores Auri Brackmann, Fritz Dieter Bredemeier e Ricardo Silveiro Balardin nas áreas de fitopatologia e pós-colheita de frutas. Nesse período, o principal trabalho realizado como bolsista foi na armazenagem de maçãs, com a introdução da atmosfera controlada. Mesmo quando voltava para Vacaria para passar férias, Leandro seguia buscando conhecimento junto do Sr. Setembrino Guerra, produtor de maçã.

Após finalizar sua graduação em 1995, ele voltou a Vacaria para trabalhar na empresa argentina Rubifrut atuando nas áreas de packing house e campo. Foi nesse período que Leandro começou a aplicar as teorias aprendidas na faculdade, fato esse que o próprio comenta que não foi fácil. Ele conta que durante um manejo de poda, os funcionários lhe questionaram sobre quais ramos deveriam ser retirados e a única imagem que vinha em sua memória eram dos ramos riscados no quadro pelo professor. Nesse mesmo ano, Valdir Bortoluz comprou uma propriedade para que o seu filho, Leandro, iniciasse seu legado como pomicultor.

Em janeiro de 1997, Leandro fez sua primeira viagem profissional para fora do país acompanhando o Engenheiro Agrônomo Antônio Perazollo durante 30 dias no Chile. Já em 2006, ele foi morar em Londres com o intuito de aprimorar seu inglês. Após 2 anos, ele retornou ao Chile, a convite do Engenheiro Agrônomo Mauricio Frias, para conhecer o programa POMANOVA formado por técnicos chilenos do setor da pomicultura o qual buscava trazer tecnologias para o país. Foi nesse encontro que surgiu a oportunidade de ele ir à Nova Zelandia. Então, em 2009, Leandro ficou 60 dias na cidade de Nelson visitando produtores locais e compreendendo mais sobre a indústria da cultura no país juntamente com Craig Hornblow, consultor e diretor da empresa AGFIRST.

Após isso, Leandro teve a ideia de criar o Seminário Internacional de Fruticultura de Vacaria buscando compartilhar para os demais técnicos do setor o conhecimento e tecnologia vistos nos países visitados. Então, em 2010, ocorre a primeira edição do evento o qual contou com a presença de nomes importantes da pomicultura como Terence Robinson e Craig Hornblow. Em 2011 a convite do Dr. Terence Robinson, Leandro foi para Cornell-EUA acompanhar as pesquisas da Universidade de Cornell com diferentes porta-enxertos e sistemas de condução.

Leandro é um inconformado da pomicultura brasileira, buscando sempre novas tecnologias, cultivares, sistemas de condução e porta-enxertos. Ele é membro ativo da comissão técnica da ABPM há mais de duas décadas, foi Diretor Técnico da mesma e também presidente da AGAPOMI. Através dele parte do evento anual da IFTA (International Fruit Tree Association) foi realizado no Brasil, possibilitando trocas entre produtores e técnicos do mundo inteiro. Entusiasta, nunca buscou guardar consigo o que via ao redor do mundo. Foi o primeiro a implantar o sistema 2D em um de seus pomares, sempre abrindo as portas e compartilhando seus erros e acertos. Há muitos anos, o Leandro é comprometido com grandes causas do setor produtivo. Além disso, ele é um ótimo pai, marido e amigo. É aguerrido, um exímio anfitrião e dono de alegria e simplicidade sem iguais.

Por esses e tantos outros feitos que o Leandro foi escolhido, por unanimidade, para ser o primeiro homenageado da medalha DESTAQUE ABPM – CLUBE DA MAÇÃ BRASILEIRA. Essa premiação visa o reconhecimento institucional e público de pessoas físicas e jurídicas que fazem a diferença no desenvolvimento da cadeia produtiva da maçã, seja por meio de empreendedorismo, tecnicamente, pesquisa, inovação, políticas públicas, gestão, produção, entre outros.

Leandro, certamente é um dos grandes nomes da cultura da maçã no Brasil e com certeza seguirá agregando cada vez mais conhecimento, tecnologias e avanços para a cadeia produtiva. Ao Leandro, em nome de todo o setor, nosso muito obrigado!

Fica o nosso agradecimento a Victória Reis Bortoluz pela colaboração na publicação de toda esta história.

 

Apoio:

Veja também